Rosário e Via-Sacra



Rosário com Santa Camila Varani


Rosário com Santa Camila Varani

Introdução
“Frei Gregório, que agora triunfa glorioso no céu, me ensinou e levou a pensar na vida de Cristo recitando a coroa de Maria, que me mantinha ocupada por três horas. Eram tantas as consolações e as doçuras que encontrava nela, que não sabia nem podia separar-me. Cada coisa, ao meu paladar, era mel, açúcar, alimento suavíssimo e saborosíssimo; e tudo aquilo que meditava não me parecia que já tivesse acontecido, mas como se acontecesse pela primeira vez. Sentia-me fisicamente presente às palavras, aos gestos da gloriosa Virgem Maria e do pequenino Jesus. Acompanhava-os em suas cansativas viagens. Para melhor meditar e contemplar cada mistério, siga este conselho: “Medita sobre os fatos”... Diz o salmista: “Permanece quieto, em silêncio!” (Sl 38,3).

Mistérios Gozosos

Anunciação:
“Se por um absurdo existisse um outro deus em tudo “semelhante a este nosso Deus benigníssimo e santíssimo, o qual fizesse por nosso amor todas aquelas coisas que Ele fez por nosso amor, restaria dois pontos em débito que jamais se poderia pagar.” O primeiro é este: que Ele amou por primeiro. O segundo é: que este outro deus sofreria por um Deus igual a ele, “mas Ele sofreu por nós, vilíssimos vermes cheios de pecados”.

Visitação:
Visita de Santa Clara a Camila... e visita da Bem aventurada Catarina de Bolonha... “se pelo sangue de Cristo irei ao Paraíso, conhecê-la-ei entre mil e mil e, abraçando-a, lhe direi: “minha Mãe dulcíssima, eras tu aquela que no mundo me visitaste!” “. Esta “visita” é como o sinal da autenticidade de um caminho que refaz a aventura evangélica de Clara de Assis e que então levara Irmã Camila a “estar” abraçada aos pés do Crucificado como a sua dulcíssima Mãe, que nunca se separou daquelas chagas. Vem a ela dois Anjos com vestes cândidas e depõem a sua alma “aos dulcíssimos pés crucificados do Filho de Deus encarnado”. Catarina de Bolonha visitou-me ainda no dia da Visitação de Maria Santíssima. Tantas coisas belas esta alma bem aventurada disse-me sobre Nossa Senhora.


Nascimento de Jesus:
Compreende então que “todo amor nosso a Deus é um ódio péssimo...” e ainda que “a gloriosa Mãe de Deus com todos os Anjos e homens não é suficiente para agradecer a divina caridade pela criação da mais pequena flor existente sobre a terra...” Então, “com a cabeça inclinada até o chão”, não pode fazer outra coisa senão pedir a Deus para colocá-la “perpetuamente”, enquanto viver, “aos clementíssimos pés de seu Filho Crucificado”. Nas palhas da manjedoura que doçura ver seus pés pequeninos, dulcíssimos, piedosos, clementíssimos, santos, suavíssimos... Vê “o extremado amor sem medida que Deus tem pelas criaturas”, que quando volta a si não pode fazer outra coisa a não ser exclamar: “ Loucura! Ó loucura!”.

Apresentação de Jesus no Templo:
“Escuta, minha filha. Devo dizer-te coisas amaríssimas; a dor da minha Mãe Imaculada foi o agudo punhal que passou e traspassou minha alma. Ela esteve tão aflita e amargurada por minha Paixão e Morte como nenhuma pessoa viva esteve ou estará.. ..”considerando a dor imensa da gloriosíssima Virgem, e não conseguia murmurar outra coisa além destas palavras: “Ó Mãe de Deus, não quero mais chamar-te Mãe de Deus, mas Mãe das penas, Mãe das dores, Mãe de todas as aflições que jamais se poderão dizer nem pensar. Se o teu Filho é um abismo de dor, com que outro nome poderei chamar-te, a não ser Mãe das dores?” E assim continuava: “Não mais, meu Senhor, não mais! Não digas mais nada das dores de tua bendita Mãe, pois sinto não podê-las suportar. Basta-me isto por toda a vida, mesmo se devesse viver por mil anos”.

Encontro de Jesus no Templo:
Ó meu Jesus, te vendi e te traí não somente uma vez, mas mil infinitas vezes. Ó meu Deus, tu o sabes: pior que Judas te traí com um beijo quando, sob a aparência de amizade espiritual, te deixei e me aproximei de ligações de morte. Se tanto te afligiu a ingratidão do povo hebreu, quanto mais não sofreste por minha causa! Porque eu te tratei de modo pior, após ter recebido de ti, meu bem verdadeiro, tantas graças e benefícios. Meu dulcíssimo Senhor, agradeço-te de todo o coração por haveres me arrancado da escravidão do mundo, do pecado, das mãos do cruel faraó, demônio infernal que dominava a minha pobre alma ao seu bel prazer! Me guiaste, meu Deus, com os pés secos através das águas do mar das vaidades mundanas. “querendo ver seu rosto, Ele deu-me as costas.” (Nesta frase e visão, dá-me a entender que Jesus assim fizera, para que ela imediatamente o seguisse). Fiz voto a Deus de derramar cada sexta-feira ao menos uma lágrima por amor a Paixão de Cristo.


Mistérios da Luz

Batismo:
“Quem quer servir somente a Deus deve ser despojado e liberto de tudo e de todos.” Chegando ao Mosteiro, Camila recebe um nome novo: “Irmã Camila Batista”, que envolve uma missão nova, nome escolhido, de eleita, nome que a faz retomar sempre a verdade de ser filha de Deus em união com o Filho.

Bodas em Caná
“Ó Deus, és muito benigno e sempre ajudas, por mil caminhos e de mil modos, a alma que sinceramente quer doar-se a ti. A palavra “misericórdia” era toda a minha esperança e o meu conforto. Em que abismo me encontrei quando passei a considerar quantos benefícios e graças recebi de Deus. Bem mais que flores e ervas!” Não sejamos como o “asno que carrega vinho e bebe água.”

Anúncio do Reino:
“Nos encontramos diante de um dos períodos turbulentos da história, tempo de luta, conversão, purificação, penitência, reconciliação. A santidade germina também entre a debilidade e as mesquinhas violências dos seres humanos. Devemos ser capitães de aventura neste tempo, não nos deixemos submergir pelas provas da vida, mas vivê-las em profundidade. Viver a cruz cotidiana, seguir o Cristo crucificado, fortificados por uma fé robusta, sem perder o equilíbrio psíquico e espiritual, dotados de sagacidade, prudência, senso dos acontecimentos e das circunstâncias, oração incessante,  vontade forte, generosidade na vocação, ordem, paz, vamos regar este mundo e os corações duros e áridos, com uma gota de lágrima de amor.

Transfiguração:
“Lembra-te de mim na serena elevação de tua mente”. Contemplando a transfiguração de Jesus, foram-me prometidas coisas tão altas e grandes que nunca escuto a palavra “transfiguração” sem me alegrar. E seguindo a ordem do profeta que diz: “Provai e vede”, após ter provado, me vem um desejo tão grande de ver Jesus, que toda a minha oração não era outra coisa que um contínuo desfalecer pelo desejo de ver a sua sereníssima, amabilíssima face. E os prados, as flores, as rosas, parecia que me falassem da beleza dele; e quando via o céu estrelado, muito mais forte me consumia, dizendo no meu coração: “Os céus narram a glória de Deus e a obra de suas mãos anuncia o firmamento.”. Ó meu doce Jesus, se são tão belas as obras das tuas mãos, que será o teu rosto resplendente? Mostra-te a mim, deixa-te ver, meu benigno Senhor, porque me fazes afadigar-me tanto? Somente tu és a minha vida, minha esperança, todo o amor do meu coração e da minha alma. Porque me velas, me escondes a tua santíssima face? Então eu não fugia mais dele, mas evidentemente corria atrás dele, “ao perfume dos seus aromas”. Dizia-lhe: “mais doce do que o vinho são os teus amores e a fragrância das tuas vestes é melhor do que todos os perfumes”. “Que Ele me beije com o beijo de sua boca.”
(Meditar e contemplar neste mistério a sexta dor mental de Jesus, descrita por Camila Varani.)

Eucaristia:
“A chama de amor que incendeia o coração de Camila a conduz espontânea e diretamente em direção ao sinal mais tangível da presença de seu Senhor. Nasce nela uma fome insaciável da Eucaristia, um desejo ardente e contínuo de receber o Corpo de Cristo. Numa época que não conhece a comunhão diária, o seu “apetite” pode ser saciado somente aos domingos. Assim, cada dia da semana é vivido como espera e preparação para este encontro.”



Mistérios Dolorosos
 “O meu esposo é para mim um saquinho de mirra e repousará sobre meu peito” (Ct 1, 12). Então resolvi transcorrer todo o tempo da minha oração na meditação da Paixão de Cristo e não queria mais meditar nem pensar em outra coisa. Esforçava-me quanto podia para entrar no mar amaríssimo das penas mentais do coração de Jesus. Naquele mar quereria imergir-me se houvesse podido. Não é de maravilhar-se se me veio um aceso desejo de entrar dentro do teu coração, ó bom Jesus, porque um dia tu me mostraste que o meu nome estava escrito nele com letras de ouro. Durante aquele tempo fui introduzida por admirável graça do Espírito Santo, no secretíssimo tálamo do Coração de Jesus, verdadeiro e único mar amaríssimo insondável a todo o intelecto humano e angélico.”

Agonia de Jesus:
“Camila, desde os inícios de sua conversão, se encontra a refletir, a imergir-se nos sentimentos de Jesus no horto do Getsêmani, “onde suou suor sanguíneo”. O mistério da sua angústia mais profunda se desenvolve até aquele : “Pai, se é possível, afasta de mim este cálice”, que nos revela inteiramente a sua humanidade no ato de saborear até o fundo a amargura do abandono, da solidão, da incompreensão.
(Meditar aqui uma dor mental de Jesus, segundo Camila Varani)

Flagelação:
“Quem te flagelou na coluna” Eu! Coroação de espinhos: “Ó meu doce Jesus, se são tão belas as obras de tuas mãos, o que será o teu rosto esplendoroso? Mostra-te a mim, deixa-te ver! Meu Senhor benigno, porque fazes afadigar-me tanto? Somente tu és minha vida, minha esperança, todo o amor de meu coração e da minha alma. Porque zombas de mim, porque me escondes tua santíssima face?”

Caminho do calvário:
“Falatórios e mexericos. “Voltava as costas para eles e, voltando o coração para Deus.” Abre os olhos, meu reverendo filho em Cristo, não brinques com os poucos dias que te restam de vida! Estejas vigilante, ardente de amor segundo a graça que Deus te dá, e possas tu dizer com o Apóstolo: “A sua graça em mim não foi vã” (1Co 15,10) porque eu vigio contigo, ó Deus da aurora (Cf. Sl 62). Estejas seguro, em pouco tempo terás grande proveito! Ele quer conduzir-te pelo caminho da Paixão para fazer-te semelhante a mim, seu dileto Filho. Esta é a tua veste nupcial! Desta veste eu, teu verdadeiro esposo, fui sempre revestido.”

Crucifixão:
“Ó Esposo, do qual eu sou indigna, Pai não merecido desta vil alma, que poderá dar-me poder e força de morrer por ti?”. “Quero-te nua e só sobre o leito da cruz” Ó pés crucificados... Ó pés traspassados... Ó pés dulcíssimos... Ó pés piedosos... Ó pés clementíssimos... Santos e suavíssimos pés... “Como são belos os pés do mensageiro”. Is 52,74 Não havia mais nada a acrescentar à Sexta-feira Santa. Alegra-te portanto! “Estejas contente, meu filho, nas chagas do doce Jesus! “Ora, quem te crucificou ? Eu! Quem te deu beber vinagre e fel ? Eu!”

Mistérios Gloriosos

Ressurreição:
“Nas trevas e escuridão do mundo, me fizeste ver, ouvir, falar e caminhar na tua luz. Porque verdadeiramente eu era cega, surda e muda a todas as coisas espirituais. Me ressuscitaste em ti, verdadeira Vida, que dá vida a cada criatura viva. “A minha alma desfalece, apenas falou o meu dileto”(Ct 5, 6) e a palavra do profeta: “Como são doces à minha boca as tuas palavras, mais que o mel ao meu paladar” (Salmo 118). Não me lembrava mais do temor que tive dele e nem mesmo lhe recordava algum pecado meu. Verdadeiramente compreendi por experiência que em mim se atuou aquela palavra do profeta Ezequiel: “Quando o pecador quiser converter-se, eu não terei mais em conta suas culpas”. Então submergia e abismava-me toda no amor de Deus.”

Ascensão:
“Quem não dá aquilo que dói, não pode ter aquilo que quer”.

Vinda do Espírito Santo:
“Para fazer-me sair das trevas em direção à verdadeira luz, Deus dispôs por sua misericórdia que viesse pregar em Camerino aquela verdadeira “corneta do Espírito Santo”, Frei Francisco de Urbino, que agora repousa em paz. As suas palavras e a sua doutrina eram trovões e raios que fulminavam minha alma. Por toda aquela quaresma sempre propôs a tremenda palavra: “Temei a Deus”. Como é de sumo refrigério a um corpo martirizado ser colocado em um leito macio, cheio de flores e de rosas, assim aquele firme propósito foi de grande repouso para minha mente martirizada. Permaneci pois numa grande paz, toda tranqüila, repousada e contente. Ó meu Deus! Agora te peço: assiste-me e permanece presente junto a mim. Que coisa haveria podido fazer Deus por ti  que não o fez”? Passado o lume do qual falei, permaneceu na minha alma um fogo abrasador. Arrisco dizer com suma verdade que a minha alma foi assim inflamada e queimada deste ardente fogo espiritual, como o fogo material devora e queima todas as coisas materiais.”

Assunção de Maria:
“Irmã Constãncia, sua companheira, começou a cantar aquele louvor que diz: Alma bendita do alto Criador.Olha o teu Senhor que confiante te espera. Meu Pai, assim aprendi às minhas custas que “o temor de Deus é o princípio da sabedoria, isto é, o princípio da divina doçura” (Salmo 110). Como é grande o temor, assim é grande o sabor do amor que se segue. Pois o temor que Deus me doou foi grande e imensurável, assim foi grande e imensurável a doçura do amor. Então soltei os freios do amor que com grande fadiga por anos havia detido. Deixei-o andar impetuosa e furiosamente; derramei-o to do sobre o meu dulcíssimo Esposo: Jesus Cristo bendito. Assim o chamava porque assim se mostrava à minha alma; as vezes em forma de bondoso Pai, às vezes com tanta familiaridade e intimidade que parecia um caríssimo amigo e companheiro, mas na maioria das vezes em forma de dulcíssimo Esposo.”

Coroação de Maria:
“Assim, espoliado o Egito, isto é, plena e rica de graças espirituais, a pés enxutos, isto é, sem nenhum retrocesso, atravessei o mar vermelho, isto é, deixei a vaidade das pompas mundanas, os prazeres e os adornos da corte; coisas estas que parecem de cor vermelha, muito belas de se ver como a cor vermelha, mas na realidade não são nada, a não ser fumaça e fogo de palha. Voltei-me atrás “para o mar” e vi submerso o faraó com todo o seu exército, isto é, o demônio com todos os seus laços, pecados e vícios. Fiquei verdadeiramente tão contente quando me senti livre do mundo e dos seus laços, que pude cantar como a profetisa Maria: “Cantemos ao Senhor porque triunfou admiravelmente: lançou ao mar cavalo e cavaleiro.” (Ex. 15, 1). Como neste mundo não houve pessoa mais angustiada do que minha santíssima Mãe, assim no Céu não há e nunca haverá alguém semelhante a ela na glória. Concluo o Rosário com este pensamento de Irmã Camila Batista: “Quem pensa seguidamente em Deus, Deus permanece nele” (1Jo 4,15). Para quem O tem em si com a graça, nada falta. Em teus pensamentos e nas tuas ações procura, o quanto puderes, ter somente a Deus como fim. Não te prendas às criaturas. Por exemplo: se fazes uma caridade para com teu próximo; é ótimo ter por objeto ele como teu próximo, porém muito melhor é considerá-lo como membro de Cristo. Quanto mais nobre, excelente e meritório é este segundo caso! Pensa quanta diferença entre este e aquele!” “Quero dizer que ao meditar nestes mistérios, me mantive ocupado por três horas” que doçura, que suavidade,o pobre vaso de minha dilatou-se para conter tão doce e suave licor...”


VIA SACRA
COM TEXTOS E FRASES DOS ESCRITOS DE SANTA CAMILA

INTRODUÇÃO
Com Camila Varani, dando a cada estação, “Uma lágrima por amor” “ Movida pelo Espírito Santo, veio-me um santo desejo de penetrar “no interior do deserto”, isto é, nas secretíssimas penas do coração de Jesus.” “Embora vertesse muitas lágrimas, este pranto não era do corpo, mas da alma”... “Não havia mais nada a acrescentar à Sexta-feira Santa!”  “alma muito desejosa de nutrir-se!”


1ª ESTAÇÃO – JESUS CONDENADO Á MORTE
“Uma irmã começa a cantar um “louvor” que fala da “alma bendita” que quer seguir o Senhor Crucificado.”



2ª ESTAÇÃO – JESUS RECEBE E CARREGA A CRUZ
“O “sim” transforma completamente as disposições de Camila, que “com tanto afeto e coragem delibera de servir a Deus, que se fosse necessário sofrer o martírio”... “Aqui dependuramos nossas cítaras” (Sl 136)

3ª ESTAÇÃO – JESUS CAI PELA 1ª VEZ
“Feliz aquela criatura que por nenhuma tentação abandona o bem começado. Isto digo por experiência, pois o provei.”...

4ª ESTAÇÃO – JESUS ENCONTRA MARIA, SUA MÃE
“Pedi a Deus e a sua dulcíssima Mãe, com todo o coração e afeto possíveis a mim, que me iluminassem nas densas trevas nas quais me encontrava”... “Quando Deus se comunica à alma em forma de Esposo, eu creio, por aquela pouca experiência que tive, que isto seja o mais doce e suave gosto que Deus possa comunicar nesta vida mortal. Se aquele sabor tão suave fosse duradouro, teria-me vindo vontade de morrer, porque parecia-me possuir a vida eterna e o paraíso já neste mundo.”... “Ó dulcíssima Mãe,
Ó benigníssima Rainha”... Minha dulcíssima Senhora”... Mãe das Dores...
“Ó vós todos que passais pelo caminho do divino amor, parai e vede se há uma dor igual a minha.”...

5ª ESTAÇÃO – JESUS RECEBE A AJUDA DO CIRINEU
“Ó Deus, és muito benigno e sempre ajudas, por mil caminhos e de mil modos, a alma que sinceramente quer doar-se a ti.”... “na minha desolação, propus firmemente no meu coração de não colocar jamais a minha confiança em alguém, se Deus não me houvesse mostrado claramente em quem.”  “Nada há a temer aonde brilha segura a proteção do Pai Celeste!”

6ª ESTAÇÃO – VERÕNICA ENXUGA A FACE DE JESUS
“Somente Tu és a minha vida, minha esperança, todo o amor do meu coração e da minha alma... Porque me velas, me escondes a tua santíssima face?”...

7ª ESTAÇÃO – JESUS CAI PELA 2ª VEZ
“Ai de mim, foi uma queda terrível”...

8ª ESTAÇÃO – JESUS FALA ÁS MULHERES DE JERUSALÉM
“Temei a Deus”... “a palavra “misericórdia” era toda a minha esperança e o meu conforto”... “se dignou guardar-me como amiga e esposa.”... “Eu te amo, Camila!”  (no lugar de Camila cada um diga o seu Nome) e de outras mulheres que se recomendam à sua oração... “Meu Pai, meu Mestre, meu Irmão!” e os lamentos das piedosas mulheres... “Maravilhosos são os teus ensinamentos, Senhor Jesus, e muito agradáveis para a alma que te procura.”... “não me esquecerei de ti.”

9ª ESTAÇÃO – JESUS CAI PELA 3ª VEZ
“Ó tempo graciosíssimo, sereno, luminoso, quanto te tornaste tempestuoso, escuro, tenebroso! Ó paz incompreensível, quanto te mudaste em guerra mortal! Ó doçura inefável, como mudaste em grandíssimo fel e amargura! Ó amor que abundas a alma, te converteste em cruel ódio!Ó amizade, ó familiaridade indizível, como mudas te em discórdia e inimizade! Ó braços dulcíssimos, como me deixastes cair de tanta sublimidade ao profundo do inferno!”...

10ª ESTAÇÃO – JESUS DESPOJADO DE SUAS VESTES
“Meu Deus, que queres fazer desta alma falsa e meretriz? Que necessidade tens, doce Jesus, dos meus feitos? com que tanta insistência me procuravas e desejavas? Como eu recompensei o teu amor, meu Senhor?” Aqui calo.”
“Bem é verdade que “quem não dá aquilo que dói, não pode ter aquilo que quer”.

11ª ESTAÇÃO – JESUS, PREGADO NA CRUZ
“Por graça de Deus, Ele que é a flor do campo, o lírio dos vales e sacia-se entre os lírios, para dar sinal certo que esteve em minha alma, deixou-me três lírios primaveris e perfumados.” O primeiro, um tal ódio do mundo. O segundo, a humildade do coração. O terceiro, um abrasado desejo” “supliquei graça à divina Majestade, que me colocasse perpetuamente, sem interrupção, aos clementíssimos pés de seu Filho Crucificado”. Pés traspassados, dulcíssimos, piedosos, clementíssimos, santos e suavíssimos pés”. “aos pés do crucificado, estavam um querubim e um Serafim”.

12ª ESTAÇÃO – JESUS MORRE NA CRUZ
“Dá-me, meu Senhor, o beijo da tua santa, desejada paz, e põem fim a esta guerra mortal que dura quase três anos. E se por outro caminho não o mereço, faze-o com a morte, meu doce Senhor”. “Então Deus, Pai benigno, foi ao encontro do filho pródigo, então docemente o acolhe nos seus braços paternos e benignamente o aperta  a si. Então com a própria boca lhe dá o doce beijo de sua santa paz, não somente uma ou  duas vezes, mas muitas e muitas vezes.”

13ª ESTAÇÃO – JESUS É RETIRADO DA CRUZ
E FICA NO COLO DA MÃE
“Afligida em meu corpo mortal cruel enfermidade, como outro Jô, salmodiava e agradecia a Deus no meu coração”. “como é de sumo refrigério a um corpo martirizado. Ser colocado em um leito macio, cheio de flores e de rosas!” “Deposição da cruz, quando a Virgem Maria teve o seu diletíssimo Filho morto entre os braços,  pois toda a minha mente era ocupada na meditação do Crucificado ou de Jesus agonizante no Horto das Oliveiras. Cristo sofredor me atraía mais do que tudo. Mas desde então sempre fui devota também do mistério da deposição. Aquele fato deixou-me um sinal:  por outros dois anos não podia olhar o Crucificado, não podia ver escadas, martelos, pregos nem alicates.”

14ª ESTAÇÃO – JESUS É SEPULTADO
“Como uma pessoa, quando se afasta de uma outra lhe vira as costas e se vai pela sua estrada, bem assim Ele fez a minha alma. “Deixo o corpo à terra.”...

15ª ESTAÇÃO – JESUS RESSUSCITA
“deixei o leito”... “Provai e vede!”... “evidentemente corria atrás dele, “ao perfume dos seus aromas”. Dizia-lhe: “mais doce do que o vinho são os teus amores e a fragrância das tuas vestes é melhor do que todos os perfumes”. “Que Ele me beije com o beijo da sua boca”. Fiquei verdadeiramente tão contente quando me senti livre do mundo e dos seus laços, que pude cantar como a profetisa Maria:  “Cantemos ao Senhor porque triunfou admiravelmente: lançou ao mar cavalo e cavaleiro. “(Ex. 15, 1).  “As flores germinarão na nossa terra!” Ct 11,12 “Atravessando o deserto desse mundo, “cheia de delícias, estou abraçada ao meu dileto apaixonado, separada dele com o corpo, mas não com a alma!” “ confiante esperança, uma grande paciência; com a ajuda de Deus abraçou corajosamente o empreendimento e obteve vitória!”

(Textos extraídos dos escritos e da biografia de Camila Varani, Blog das Irmãs Clarissas, do Mosteiro Nazaré, Lages; organizados por Irmão Carlos de Jesus, isg, filho de Montfort, que se considera afilhado espiritual de Irmã Camila Batista Varani